Em 19 de dezembro de 2012 a Resolução 18 que “Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial” completa 10 anos de existência e é praticamente desconhecida da categoria. Vale a pergunta: Por que essa resolução é invisível se o racismo na sociedade brasileira é tão concreto e provoca tanto sofrimento psíquico? O que acontece que a categoria, por um lado, desconhece a resolução e, por outro, sempre que acontece eventos relacionados ao tema, há sempre psicólogas e psicólogos que vêm a publico, negando sua existência?!
Não cabe mais essa negação: os indicadores produzidos em todos os campos do conhecimento, inclusive por órgãos estatais como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) estão aí para comprovar que os negros e pardos são maioria no País, somando 97 milhões – quase a metade da população brasileira, que corresponde a 191 milhões (IBGE/2010).
Cabe a indagação a nós, psicólogas e psicólogos, em nosso exercício profissional: Como é que temos lidado com as exclusões e o sofrimento psíquico produzidos pelo racismo? Estará nossa escuta pautada para colaborar na “criação de condições que visem a eliminar a opressão e a marginalização do ser humano”? E quando esse ser humano é oprimido e marginalizado pelo racismo, o que temos feito?!