No dia 20 de novembro é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, data que faz referência ao dia do martírio do líder quilombola e herói nacional Zumbi dos Palmares, em 1695. Esse é um período para lembrar a resistência da população negra à violência da escravidão.
O Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-01), com objetivo de estimular a contribuição da Psicologia com as questões étnico-raciais, criou o site “Questões étnico raciais: o que a Psicologia tem a ver com isso?“. O objetivo é estimular reflexões sobre a inserção de negras e negros na sociedade brasileira, e o papel da ciência e profissão psicológica nesse processo.
A população negra tem os piores indicadores de saúde, doença, cuidados e morte, resultantes da discriminação histórica sofrida por ela, e pela consequente exclusão em condições de vulnerabilidade e subalternização, que se estendem desde o período da escravidão até os dias atuais.Nesse sentido, ao ser vítima de racismo, a pessoa pode vivenciar diferentes formas de sofrimento psíquico e de marginalização social, que deveriam ser mais estudadas pelos psicólogos em geral.
Um dos fenômenos relacionados ao racismo brasileiro é o processo de embranquecimento, que se caracteriza pela constante exposição a referenciais que remetem ao branco europeu como padrão ideal de beleza e do humano, expresso, por exemplo, nos livros didáticos e na mídia, o qual tem causado intensos danos psicossociais à população negra.
Faltam referenciais de valorização das pessoas negras, o que prejudica a construção de suas identidades e influencia no fato de que, apesar de constituírem a maioria da população brasileira, continuam invisibilizadas e ausentes dos espaços de poder, além de estarem exercendo ocupações menos qualificadas no mercado de trabalho, com rendimentos, em média, inferiores aos de pessoas brancas, especialmente com relação às mulheres negras, o que reforça como elas são as maiores vítimas da interação perniciosa entre racismo e machismo.
Cabe ressaltar o alto índice de violência contra jovens negros: em 2010, enquanto o índice de mortes violentas entre jovens brancos foi de 28,3, por 100 mil habitantes, entre jovens negros foi de 72 para cada 100 mil habitantes. Segundo o Mapa da Violência 2012: A cor dos Homicídios no Brasil, divulgado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino Americanos (Cebela), Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso) e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR).